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Autismo: diagnóstico na vida adulta é mais comum do que você pensa
10 de maio de 2023A verdade é que muitas pessoas só descobrem o TEA (Transtorno do Espectro Autista) quando já são adultas, apesar de apresentarem algumas características de autismo desde a infância.
Isso ocorre porque, em alguns casos, os autistas podem desenvolver estratégias que camuflam ou mascaram comportamentos relacionados ao TEA.
Além disso, muitas vezes, as manifestações do autismo lá na infância/adolescência podem ser mal compreendidas pelos pais e familiares, dificultando a procura por um suporte adequado.
Outro ponto importante é que quadros de autismo podem ser confundidos com outras condições, como o TDAH, por exemplo, acarretando diagnósticos incorretos (até porque, às vezes, o TDAH e o TEA ocorrem ao mesmo tempo).
SINAIS DE AUTISMO: INFÂNCIA X VIDA DULTA
Quando criança, o autismo é algo mais evidente, pode incluir dificuldades consideráveis na comunicação e na interação social, comportamentos repetitivos, interesse restrito em determinado assunto, sensibilidade sensorial (pode haver uma reação exagerada a certos ruídos, sons, luzes e texturas). Para os pequenos com TEA, pode ser muito difícil expressar suas necessidades e sentimentos, entender as emoções dos outros e seguir as normas sociais.
Na vida adulta, os sinais de autismo podem ser um pouco diferentes, às vezes, mas muitas das características básicas podem permanecer consistentes.
Os adultos com autismo podem ter problemas nas interações com outras pessoas, por isso, há uma dificuldade em manter relacionamentos pessoais e até profissionais; também evitam situações sociais e podem ter um foco obsessivo por um tema específico, com facilidade para dominá-lo (é algo que ocupa grande parte de seu tempo).
Costuma haver, ainda, um apego rígido a rotinas e padrões, com certa resistência para se ajustar e se adaptar, por exemplo, a mudanças e situações novas/inesperadas (o que causa grande perturbação). E há também uma tendência a interpretar as coisas de maneira muito literal.
Inclusive, justamente devido a questões como essas que mencionamos, há uma propensão à ansiedade significativa e estresse.
É essencial lembrar que, embora os autistas possam enfrentar desafios únicos, eles também têm muitas habilidades. Então, com apoio adequado, podem aprender a lidar com os obstáculos e concretizar os seus objetivos.
Uma combinação de terapias e abordagens medicamentosas, dependendo das necessidades individuais de cada um, pode auxiliar as pessoas com TEA a levar vidas extremamente produtivas, muitas vezes, independentes, e preservar o seu bem-estar.
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