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Saúde Mental

​O que é?

O Transtorno mental é a alteração do funcionamento da mente que prejudicam o desempenho da pessoa em diversos aspectos de sua vida, tais como: família, vida social, meio profissional, nos estudos, na compreensão de si e dos outros, na possibilidade de autocrítica, na tolerância aos problemas e na possibilidade de ter prazer na vida em geral.

Transtornos Mentais como a ansiedade, depressão, distúrbios alimentares, dependência química, demência e esquizofrenia, podem afetar qualquer pessoa em qualquer época da sua vida. Na realidade, elas podem causar mais sofrimento e incapacidade que diversos problemas de saúde.

Os transtornos mentais, em geral resultam da soma de muitos fatores como:
• Alterações no funcionamento do cérebro;
• Fatores genéticos;
• Fatores da própria personalidade do indivíduo;
• Ação de um grande número de estresses;
• Agressões de ordem física e psicológica;
• Perdas, decepções, frustrações e sofrimentos físicos e psíquicos que perturbam o equilíbrio emocional;

Podemos então afirmar que os transtornos mentais não têm uma causa específica, mas que são formados por fatores biológicos, psicológicos e socioculturais.

Os Transtornos Mentais são tratáveis e respondem favoravelmente ao tratamento médico e outros tratamentos, como tantas outras doenças. O problema da doença mental é que o preconceito pode dificultar a busca de ajuda pela pessoa que sofre e também atrapalhar para que outros a auxiliem.

Os transtornos mentais são tratados, de uma maneira geral, com a associação de meios psicológicos, terapêuticos e medicamentos (psicofármacos). Algumas condições não requerem o uso de medicamentos e são tratados apenas por meios psicológicos e terapêuticos. Caberá ao profissional que faz o diagnóstico ao ter o primeiro contato com o paciente, fazer a indicação de que recursos serão necessários para a recuperação da saúde mental de cada pessoa.
​Ansiedade
Ansiedade é um sentimento de apreensão muito desagradável, difuso e acompanhado por uma ou mais sensações corporais como sentimento de vazio na região do estômago, coração acelerado, aperto no tórax, transpiração, dor de cabeça, boca seca, tontura, inquietação e necessidade de movimentar-se. As pessoas com transtornos ligados à ansiedade preocupam-se constantemente com a sua saúde, com os seres queridos, com suas finanças, com seus empregos mesmo quando não há nada de preocupante. Elas podem experimentar uma preocupação sem nome acerca da vida em geral, sem um foco de preocupação específica.

Demonstram-se pessoas tensas, com muita dificuldade para relaxar e podem ter insônia. Muitas apresentam sintomas físicos como tremores, fadiga, tensão muscular, dor de cabeça, irritabilidade, etc. 

Há uma probabilidade que a pessoa com ansiedade tenha outros problemas de saúde mental como depressão e abuso de drogas.
​Pânico
É um dos transtornos mentais mais conhecidos pela população. Tem como principal sintoma o ataque de Pânico, que surge sem razão aparente e causa: aceleração cardíaca, dores no tórax, sudorese, tremor, agitação, náusea, dificuldade de respirar, sensação de sufoco, calafrios, dores de estomago, tontura, sensação de morte iminente. Os ataques ocorrem em períodos de intensa ansiedade, surgem espontaneamente e que usualmente duram menos de uma hora e aproximadamente duas vezes por semana, podendo ser mais ou menos frequentes. Estes ataques de pânico podem também estar associados a agorafobia - medo de estar sozinho em lugares públicos, especialmente em situações nas quais uma saída rápida, uma fuga, seria difícil, por exemplo em uma multidão ou em uma loja cheia de pessoas. A pessoa que tem um ataque desta natureza pensa que está tendo um ataque cardíaco ou outra emergência médica, e frequentemente vai até um pronto-socorro.

A falta de um diagnóstico correto pode levar a pessoa de médico em médico, à realização de inúmeros exames desnecessários na tentativa de esclarecer a origem destes ataques que continuam a repetir-se. Os transtornos de pânico quando corretamente diagnosticados são tratáveis e o tratamento impede a progressão do transtorno. Muitas pessoas que tiveram ataques de pânico sem um tratamento correto chegaram a ficar reclusas em suas próprias casas, incapacitadas para as suas atividades profissionais e afastadas de relacionamentos afetivos e sociais, com o consequente agravamento do quadro clínico.
​Fobias
As fobias são medos irracionais profundos, perturbadores e desorganizadores da vida da pessoa acometida e que resultam no evitar consciente de um objeto, situação ou atividade temida. A pessoa percebe que o medo é infundado e isto o torna mais perturbador. São situações que trazem muito sofrimento, mas que podem ser tratadas. Não se refere à timidez ou pequenos desconfortos, trata-se de um medo intenso, tão forte, que às vezes, a pessoa não pode realizar a tarefa temida.

• Fobia Social - medo extremo de um particular objeto ou situação que não é ameaçador intrinsecamente. Algumas pessoas têm medo de ser observadas enquanto escrevem ou comem, e chegam a evitar essas situações não frequentando restaurantes e levando cheques já preenchidos. 

• Claustrofobia - medo de espaços fechados

• Acrofobia - medo de lugares altos

• Medo de animais - particularmente de cães

• Agorafobia - medo de lugares e situações das quais a fuga pode se tornar difícil tais como estar numa multidão, numa loja cheia de pessoas, etc. Nos casos mais severos de agorafobia não tratados a pessoa pode ficar totalmente impedida de sair de casa sem ajuda e quando o faz é com grande sofrimento. É frequente o desenvolvimento de agorafobia após um ou mais ataques de pânico.

Algumas fobias específicas têm pouco impacto na vida da pessoa, outras podem ter grande impacto na capacidade funcional, no trabalho e na vida familiar. A pessoa sabe que os medos não são lógicos, mas a capacidade de superá-los sem tratamento é pequena.
​Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)
É um transtorno mental decorrente da ansiedade patológica que ocorre em geral, em pessoas que sobrevivem a desastres (incêndio, guerra, terremoto, etc) ou experiências muito traumatizantes, (como violência física e/ou psicológica, etc) e não conseguem limpar essas imagens de suas mentes. As pessoas acometidas pelo transtorno obsessivo-compulsivo tentam reduzir sua ansiedade patológica com as obsessões (pensamentos repetitivos, não desejados) e com as compulsões (comportamentos repetitivos que fogem ao controle).

Os comportamentos repetitivos (compulsões) são uma tentativa de reduzir a ansiedade relacionada às ideias repetitivas e invasoras (obsessões), mas nem sempre funcionam, podendo até aumentar a ansiedade. Nestas situações a pessoa pode apresentar somente obsessão, somente compulsão ou ambos.

Como exemplo de comportamentos de uma pessoa que sofre com esse Transtorno, podemos citar:

• Constante lavagem das mãos - A pessoa lava as mãos até destruir a pele na tentativa de livrar-se de germes contaminantes.

• Verificação - A pessoa gasta uma hora ou mais de seu dia em seu ciclo de verificação de portas, janelas, fogão e outros aparelhos domésticos tentando satisfazer uma dúvida imperiosa.

• Obediência a regras rígidas de procedimentos - A pessoa faz demorados procedimentos para evitar que ocorram danos a si mesma ou a seus familiares; como contagens, não pisar em rachaduras das calçadas, não passar debaixo de escadas, etc.

• Estocagem - A pessoa resiste à ideia de jogar no lixo mesmo os objetos mais inúteis por preocupações não reais de que eles podem fazer falta no futuro.

As pessoas com TOC podem passar algumas horas ou grande parte do dia tentando lidar com as obsessões e compulsões e nos casos não tratados é impossível a pessoa ter uma vida produtiva normal.
​Depressão
A depressão é definida pela medicina como um transtorno do humor. Isto significa uma diminuição do humor que é acompanhado por um conjunto de sintomas variados: ansiedade, agitação, lentidão do funcionamento mental, falta de energia e de vontade, ideias de desvalia, disfunções fisiológicas (por exemplo: insônia ou excesso de sono), ideias suicidas e queixas diversas.

É normal que uma pessoa experimente sentimento de tristeza frente a determinadas circunstâncias da vida (por exemplo: morte de uma pessoa querida, divórcio, perda de trabalho, perda de saúde, mudança, etc).

A depressão é uma alteração muito mais grave do humor e pode causar danos enormes à pessoa acometida.

As relações interpessoais ficam muito comprometidas e podem levar a separações conjugais, perdas de relacionamentos com pessoas significativas em ligações de amizades ou profissionais. A capacidade de produzir fica também muito afetada.

Os sintomas variam de pessoa para pessoa. Se alguém apresenta, por um período maior que duas semanas cinco ou mais dos sintomas da lista abaixo ou se os sintomas são tão severos que interferem em sua vida diária, afirmamos que ela apresenta uma depressão clínica.

Sintomas
• Tristeza prolongada, sensação de vazio e ataques de choro sem explicação;
• Dormir muito pouco ou dormir muito;
• Perda ou aumento de apetite e de peso;
• Perda de interesse ou prazer em atividades que antes eram prazerosas;
• Inquietação ou irritabilidade;
• Sintomas físicos persistentes que não respondem ao tratamento (como dor de cabeça, dor crônica, prisão-de-ventre e outras alterações digestivas);
• Dificuldades para concentrar-se, recordar ou tomar decisões;
• Fadiga ou perda de energia;
• Sentimento de culpa, de desesperança ou inutilidade;
• Pensamentos recorrentes sobre a morte ou suicídio;

Mas somente o profissional com treinamento adequado poderá estabelecer um diagnóstico, diferenciar outras condições que podem estar determinando a depressão, como o uso de alguns medicamentos, doenças clínicas, etc., e indicar as melhores opções de tratamento. É uma condição que necessita de um tratamento vigoroso.

Causas
Muitas causas podem contribuir para que uma pessoa tenha uma depressão clínica. Em algumas pessoas um só fator parece estar envolvido. Outras ficam deprimidas sem nenhuma causa aparente. Independente da causa ou causas da depressão clínica, ela precisa ser diagnosticada e tratada.

As causas da depressão mais comumente sugeridas são:

• Biológicas - As pessoas com depressão clínica podem ter excesso ou falta de algumas substâncias no cérebro, os chamados neurotransmissores. As mudanças nestas substâncias podem causar ou contribuir para a depressão.

• Cognitivas - Pessoas que tem um padrão negativo de pensamento - pessoas que são pessimistas, que se preocupam excessivamente, que tem uma autoestima baixa ou sentem que tem pouco controle sobre os acontecimentos da vida - são mais passíveis de desenvolver uma depressão.

• Fatores ligados ao sexo - As mulheres têm o dobro de possibilidade de desenvolver uma depressão que os homens. Isto pode estar ligado tanto aos fatores biológicos (hormonais) quanto aos culturais (o papel da mulher na nossa sociedade).

• Medicamentos - Alguns medicamentos podem causar depressão e este é um fator muito importante no nosso país onde a automedicação é uma prática rotineira.

• Genética - Os componentes genéticos da depressão ficam visíveis em famílias onde a depressão ocorre com uma frequência elevada.

• Situacionais - Dificuldades na vida, incluindo problemas financeiros, divórcio, morte de pessoas amadas, mudanças ou qualquer perda significativa pode contribuir para a depressão clínica.

• Co-ocorrência - A depressão clínica frequentemente ocorre junto com certas doenças como derrame, doença cardíaca, câncer, doença de Parkinson, doença de Alzheimer, diabetes e transtornos hormonais. Esta depressão é chamada de co-ocorrente e é importante que ela seja tratada ao mesmo tempo que a doença física.

• A depressão clínica pode co-ocorrer também em pessoas com outros transtornos mentais tais como transtornos alimentares, transtornos de ansiedade incluindo a síndrome do pânico, transtorno obsessivo-compulsivo e síndrome de estresse pós-traumático.

• No esforço para tentar lidar com a dor emocional ocasionada pela depressão clínica algumas pessoas tentam se automedicar com o abuso de bebidas alcoólicas e drogas ilegais. Portanto, a depressão clínica pode co-ocorrer também com o abuso de drogas ilegais e de bebidas alcoólicas.
​Esquizofrenia
A Esquizofrenia é um transtorno mental de causa exata desconhecida, porém pesquisas indicam que ambiente, tendências genéticas e desequilíbrio químico podem ser alguns dos fatores.

A esquizofrenia é caracterizada pelo comportamento social anormal. Nos casos mais graves, os pacientes podem ver ou ouvir coisas que não existem. O tratamento costuma durar a vida toda e, geralmente, envolve uma combinação de medicamentos e terapia psicológica e social.

Sintomas:
Os comportamentos que podem ser sinais precoces de Esquizofrenia são:
• ouvir ou ver coisas que não existem;
• sentimento constante de estar sendo vigiado;
• maneira de falar ou escrever que é peculiar ou que não tem sentido;
• posições corporais atípicas;
• sentir-se indiferente em situações importantes;
• deterioramento da capacidade de estudar e trabalhar;
• mudanças da aparência ou da higiene corporal;
• mudança de personalidade;
• aumento do isolamento de situações sociais;
• incapacidade de concentrar-se e dificuldade para dormir;
• comportamento inapropriado ou inadequado;
• preocupação extrema com temas religiosos ou de misticismo;

Os sintomas podem se desenvolver lentamente durante meses ou anos ou podem aparecer repentinamente. A perda de concentração, falta de energia e de motivação, desinteresse pelas pessoas e pelo ambiente também são característicos da Esquizofrenia. As pessoas com esse transtorno frequentemente ficam incapacitadas para o trabalho, para as coisas comuns do cotidiano, podem chegar até ao abandono do cuidado com a própria higiene. Muitos chegam a viver como moradores de rua.

O transtorno pode aparecer e desaparecer em ciclos de recaídas e remissões.
​Psicopatia
A psicose é uma disfunção da capacidade de pensamento e processamento de informações. Há uma incapacidade de ser coerente em perceber, reter, processar, relembrar ou agir sobre informações de uma maneira consensualmente validada. Uma das características principais do estado psicótico é a falha em quantificar e classificar a prioridade dos estímulos. A capacidade de agir sobre a realidade é imprevisível e diminuída, porque o paciente é incapaz de distinguir os estímulos externos os internos.

Os pacientes que estão em um estado psicótico, em geral, agem de modo estranho (por exemplo: maneirismos, postura), vestem-se bizarramente, respondem a alucinações, têm crenças falsas e delirantes e, consistentemente, confundem a realidade dos eventos. Eles são, frequentemente, impulsivos e em perigo constante de agir, baseados em percepções distorcidas ou ideias delirantes, resultando em lesão ou morte não-intencionais. O pensamento é desorganizado e incoerente, o que se evidencia na fala do paciente. A memória é prejudicada no registro, retenção e recuperação das lembranças. A orientação, especialmente quanto ao tempo, pode estar prejudicada. O comportamento psicomotor pode ser hipo ou hiperativo em relação aos movimentos e à fala. As emoções podem variar de apatia e depressão a medo e raiva. Os pacientes que se apresentam em um estado psicótico são impulsivos e incapazes de priorizar os estímulos e suas reações a estes. Por causa desta disfunção, devem sempre ser considerados como um perigo para si mesmos, um perigo para os outros e, severamente, incapazes. 

O aspecto central da psicose é a perda do contato com a realidade, dependendo da intensidade da psicose. Num dado momento a perda será de maior ou menor intensidade. Os psicóticos quando não estão em crise, zelam pelo seu bem-estar, alimentam-se, evitam machucar-se, têm interesse sexual, estabelecem contato com pessoas reais. Isto tudo é indício da existência de um relacionamento com o mundo real. A psicose propriamente dita começa a partir do ponto em que o paciente se relaciona com objetos e coisas que não existem no nosso mundo. Modifica seus planos, suas ideias, suas convicções, seu comportamento por causa de ideias absurdas, incompreensíveis, ao mesmo tempo em que a realidade clara e patente significa pouco ou nada para o paciente. Um psicótico pode sem motivo aparente cismar que o vizinho de baixo está fazendo macumba para ele morrer, mesmo sabendo que no apartamento de baixo não mora ninguém. A cisma nesse caso pertence ao mundo psicótico e a informação aceita de que ninguém mora lá é o contato com o mundo real. O psicótico vive num mundo onde a realidade é outra, inatingível por nós ou mesmo por outros psicóticos, mas vive simultaneamente neste mundo real.

O principal sintoma que um psicótico tem é toda convicção inabalável, incompreensível e absurda, conhecida como delírio. O delírio pode ser proveniente de uma recordação para a qual o paciente dá uma nova interpretação, pode vir de um gesto simples realizado por qualquer pessoa como coçar a cabeça pode vir de uma ideia criada pelo próprio paciente, pode ser uma fantasia como acreditar que seres espirituais estejam enviando mensagens do além através da televisão, ou mais realistas como achar que seu sócio está roubando seu dinheiro. O exemplo do vizinho citado também é um delírio. A constatação de um delírio não é tarefa para leigos, nem mesmo os clínicos gerais estão habilitados para isso; somente os psiquiatras e profissionais da área de saúde mental.

Para diagnosticar uma psicose, o profissional observa o nível de consciência do paciente, se ele está sonolento, desperto ou em vigília, se é capaz de se concentrar, de memorizar, se tem noção de tempo e de espaço, se reage afetivamente, se tem ideias a respeito das coisas que se lhe apresentam, se é capaz de raciocinar e se tem percepção e juízo da realidade.

A psicose não se refere a uma doença específica, trata-se de uma síndrome, ou seja, de um conjunto de doenças diferentes, que possuem sinais e sintomas semelhantes. A esquizofrenia é um dos quadros psicóticos de maior importância. As doenças afetivas, que se caracterizam por fases de depressão e mania, podem também se apresentar como quadros psicóticos, apresentando os conteúdos afetivos da doença como características do delírio. A fase depressiva apresenta delírios de ruína, de culpa, prejuízo, morte, o paciente se sente responsável por grandes catástrofes mundiais, por guerras e desastres. Na fase maníaca os delírios são de grandeza ou de poder. Os quadros psicóticos são caracterizados também por visões de situações fúnebres, por depressão, a pessoa pode chorar muito e ouvir vozes que podem ser de comando ou podem estar chamando pessoas que já morreram, além de outros delírios. A psicose pode aparecer em qualquer fase da vida.

O uso de drogas como LSD e cocaína podem causar sintomas psicóticos. O álcool também pode causar alucinose alcoólica e o delirium tremens. Algumas doenças como tumores cerebrais e até a AIDS podem levar ao aparecimento da síndrome. A psicose é tratada com medicamentos e, em casos mais graves, a internação é inevitável, mesmo que tenha como objetivo um tratamento rápido com alta precoce. O indivíduo psicótico não tem consciência do seu estado e, por este motivo, pode recusar a medicação. Estas características da síndrome reforçam a ideia da importância da intervenção da família até que o paciente possa tomar conta de si próprio. Alguns sinais de uma crise típica de psicose são:

• Alucinações auditivas, visuais ou olfativas;
• Sensações e desconfiança de estar sendo observado, provocado, comentado, controlado,
perseguido, vigiado, traído;
• Sensação de que o ambiente está estranho;
• Agitação, confusão, agressividade;
• Não falar coisa com coisa;
• Insônia e inapetência;
• Sensação de que os mais diversos fatos não são coincidências mas sim que eles tem alguma coisa a ver com ela;
• Atribuição de significados diferentes a coisas reais que estão realmente acontecendo;
• Isolamento, não querer contato com ninguém, assumir um comportamento estranho;
• Pensamento bloqueado, interrompido. A pessoa parece que não consegue transmitir uma ideia até o fim;
• Desleixo com a aparência e a higiene;

Algumas possíveis Causas:
• Esquizofrenia; 
• Algumas fases do Distúrbio Afetivo Bipolar; 
• Parto (Psicose Puerperal); 
• Reação a alguns medicamentos (por exemplo Anfetaminas e Cortisona); 
• Traumatismos Cranianos; 
• Álcool e drogas (principalmente Cocaína, Ecstasy, LSD, Cogumelos, Chá de Santo Daime e Crack); 
• Doenças Físicas (por exemplo Lupus, Hipertireoidismo); 
• Doenças Neurológicas (por exemplo "derrame", tumores cerebrais); 
• Em pacientes de idade avançada ela pode ser o prenúncio de uma involução cerebral assim como ser um sintoma de uma simples infecção urinária;
• Alzheimer;

Nem sempre tem relação com acontecimentos atuais ou passados, com fatores de desenvolvimento de personalidade ou com problemas de relacionamento familiar, mas uma situação estressante pode desencadear uma psicose. O mais comum é a combinação de duas ou mais causas.
Transtorno Afetivo Bipolar
O Transtorno Bipolar (TB) é caracterizado por alterações de humor que se manifestam como episódios depressivos alternados com episódios de euforia, em diversos graus de intensidade. Diferentemente dos altos e baixos normais pelos quais passam a maioria das pessoas, os sintomas do Transtorno Bipolar são graves. Eles podem ocasionar danos aos relacionamentos, desempenho insuficiente no trabalho ou na escola e até mesmo suicídio.

A base genética do TB é bem estabelecida: 50% dos portadores apresentam pelo menos um familiar afetado, e filhos de portadores apresentam risco aumentado de apresentar a doença, quando comparados com a população geral. 

A mortalidade dos portadores de TB é elevada, e o suicídio é a causa mais frequente, principalmente entre os jovens. Estima-se que até 50% dos portadores tentem o suicídio ao menos uma vez em suas vidas e 15% efetivamente o cometem. Também doenças clínicas como obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares são mais frequentes entre portadores de TB do que na população geral. A associação com a dependência de álcool e drogas não apenas é comum (41% de dependência de álcool e 12% de dependência de alguma droga ilícita) como agrava o curso e o prognóstico do TB, piora a adesão ao tratamento e aumenta em duas vezes o risco de suicídio.

O início dos sintomas na infância e na adolescência é cada vez mais descrito e, em função de peculiaridades na apresentação clínica, o diagnóstico é difícil. Não raramente as crianças recebem outros diagnósticos, o que retarda a instalação de um tratamento adequado. Isso tem consequências devastadoras, pois o comportamento suicida pode ocorrer em 25% dos adolescentes portadores de TB. Assim como o diabetes ou as doenças cardíacas, o transtorno bipolar é uma doença de duração longa, que tem de ser controlada cuidadosamente durante a vida da pessoa.

A alternância de estados depressivos com eufóricos é a tônica dessa patologia. Muitas vezes o diagnóstico correto só será feito depois de muitos anos. Uma pessoa que tenha uma fase depressiva, receba o diagnóstico de depressão e dez anos depois apresente um episódio maníaco tem na verdade o transtorno bipolar, mas até que a alteração surgisse não era possível conhecer o diagnóstico verdadeiro. O termo mania é popularmente entendido como tendência a fazer várias vezes a mesma coisa. 

Alterações graves na energia e no comportamento acompanham essas alterações do humor. Os períodos de altos e baixos são denominados episódios de mania e depressão. 
Um episódio maníaco é diagnosticado se o humor elevado ocorrer em associação a três ou mais sintomas na maior parte do dia (quadro abaixo), quase todos os dias, por 1 semana ou mais. Se o humor for de irritação, quatro sintomas adicionais devem estar presentes. 

Um episódio depressivo é diagnosticado se cinco ou mais desses sintomas durarem a maior parte do dia (quadro abaixo), quase todos os dias, por um período de 2 semanas ou mais. Os sinais e sintomas incluem:
• Energia e atividade aumentadas, inquietação;
• Humor excessivamente “elevado”, bom demais, eufórico;
• Irritabilidade extrema;
• Pensamento acelerado e falar muito e rapidamente, pulando de uma ideia para outra;
• Distração, não consegue se concentrar direito;
• Pouca necessidade de sono;
• Crença super-valorizadas das próprias capacidades e poderes; 
• Juízo crítico deficiente;
• Gastos excessivos;
• Um período longo de comportamento que difere do habitual;
• Aumento do impulso sexual;
• Abuso de drogas, especialmente cocaína, álcool e medicações para dormir;
• Comportamento provocador, invasivo ou agressivo;
• Negação de que há alguma coisa errada; 
• Humor triste, ansioso ou vazio duradouro;
• Sentimentos de desespero ou pessimismo;
• Sentimentos de culpa, menos valia ou impotência;
• Perda do interesse ou prazer em atividades que eram anteriormente apreciadas, incluindo sexo;
• Diminuição da energia, uma sensação de fadiga ou de estar “devagar”;
• Dificuldade de se concentrar, recordar, tomar decisões;
• Inquietação ou irritabilidade;
• Dorme demais, ou não consegue dormir;
• Alteração no apetite e/ou perda ou ganho de peso não intencional;
• Dores crônicas ou outros sintomas corporais persistentes que não são causados por doenças ou lesões físicas;
• Ideias de morte ou suicídio ou tentativas de suicídio;

A causa propriamente dita é desconhecida, mas há fatores que influenciam ou que precipitem seu surgimento como parentes que apresentem esse problema, traumas, incidentes ou acontecimentos fortes como mudanças, troca de emprego, fim de casamento, morte de pessoa querida.

Em aproximadamente 80 a 90% dos casos os pacientes apresentam algum parente na família com transtorno bipolar.

Por vezes os episódios graves de mania ou depressão podem incluir sintomas de psicose (ou sintomas psicóticos). São sintomas psicóticos comuns alucinações (ver, ouvir ou perceber de algum outro modo a presença de coisas não efetivamente presentes) e delírios (crenças falsas, mantidas com forte convicção e não influenciadas pelo raciocínio lógico nem explicadas pelos conceitos culturais habituais da pessoa). Os sintomas psicóticos no transtorno bipolar tendem a refletir o estado afetivo extremo no momento. Por exemplo, podem ocorrer durante a mania delírios de grandeza, tais como achar que é o presidente ou que tem poderes especiais ou muita riqueza; delírios de culpa ou menos valia, tais como achar que se está arruinado e sem um tostão ou cometeu algum crime terrível, podem aparecer durante a depressão. As pessoas portadoras de transtorno bipolar que têm esses sintomas são por vezes diagnosticadas incorretamente como apresentando esquizofrenia, outro transtorno mental grave. 
​Transtorno Borderline de Personalidade
O estudo, a pesquisa e tratamento das pessoas diagnosticadas como portadoras do transtorno borderline de personalidade é um dos maiores desafios para os estudiosos de saúde mental. 

O conceito de personalidade borderline é o resultado inevitável do esforço para definir um limite entre o funcionamento mental neurótico e psicótico.

A personalidade é a síntese de nossos comportamentos, cognições e emoções que faz de cada um de nós uma pessoa única. Estes atributos tendem a ser estáveis e permanentes, permitindo que nossos familiares, amigos e conhecidos possam prever como nós reagiremos a uma dada situação e permite a eles nos descrever para outras pessoas.

Embora nossa personalidade tenha esta característica de estabilidade e permanência, a ponto de nossa reação frente a determinadas situações poder ser previsível, a pessoa com uma personalidade saudável demonstra uma grande variedade de respostas às situações de vida e principalmente às situações estressantes. Um transtorno de personalidade ocorre quando uma pessoa não pode mostrar tal flexibilidade e adaptabilidade. A falta de adaptabilidade e o limitado repertório de respostas frente às situações comuns de vida, e principalmente daquelas mais estressantes, torna-se uma importante fonte de sofrimento para o indivíduo e para os que estão à sua volta.

Os transtornos de personalidade tornam-se reconhecíveis na adolescência ou, às vezes antes, e permanecem pela maior parte da vida adulta. São padrões inflexíveis, muito enraizados e de severidade suficiente para atrapalhar o funcionamento da pessoa e trazem muito sofrimento.
O diagnóstico de transtorno de personalidade pode indicar que o paciente tem um elevado risco de suicídio, afeta o curso e prognóstico de doenças coexistentes, destaca importantes fatores etiológicos, informa ao clínico acerca da evolução e prognóstico do paciente, indica áreas de importante disfunção nos papéis sociais, familiares e ocupacionais e ajuda o clínico na administração global do tratamento.

O instrumento diagnóstico mais utilizado atualmente pelos médicos é o DSM-IV (Manual Estatístico e Diagnóstico editado pela Associação Psiquiátrica Norte-Americana), que estabelece alguns critérios: um padrão difuso de instabilidade das relações interpessoais, auto-imagem e afetos, com acentuada impulsividade começando no início da vida adulta, e presente numa variedade de contextos, como indicado por cinco (ou mais) dos seguintes ítens:

1 - esforços desesperados para evitar abandonos reais ou imaginários.
2 - um padrão de relações interpessoais instáveis e intensas caracterizadas pela alternância de extremos de idealização e desvalorização.
3 - perturbações de identidade: auto-imagem e sentido de self (sentido de ser a própria pessoa, contato com a interioridade) acentuadamente e persistentemente instáveis.
4 - impulsividade em pelo menos duas áreas que são potencialmente lesivas à pessoa (self): compras, sexo, abuso de substâncias, direção perigosa e exageros alimentares.
5 - comportamento suicida recorrente, com tentativas e ameaças ou comportamento auto-mutilantes.
6 - instabilidade afetiva devida à acentuada reatividade de humor (por exemplo, disforia episódica intensa, irritabilidade ou ansiedade usualmente durando poucas horas e só raramente mais que uns poucos dias).
7 - sentimentos de vazio crônicos.
8 - raiva inapropriada e intensa ou difícil de controlar (por exemplo, ataques frequentes de mau humor, raiva constante, agressões físicas repetitivas).
9 - ideação paranóide passageira, relacionada ao estresse ou sintomas dissociativos severos.

Porém, mesmo com a clareza das condições para o diagnóstico do Transtorno Borderline de Personalidade, o diagnóstico pelo médico continua sendo uma questão muito complexa, e deve ser feito por profissionais que tenham um sólido conhecimento dos transtornos de personalidade, um método sistemático de avaliação e muita experiência em lidar com pacientes com estes transtornos.

É importante notar que o diagnóstico de TBP é feito pela presença de uma coleção de traços e não por um critério isolado. 

O quadro clínico típico do TBP é de uma pessoa com graves alterações em várias áreas do seu funcionamento: 

• escolaridade interrompida, sem uma carreira profissional definida. Os objetivos mudam rapidamente e nada é levado adiante. São pessoas que estão muito defasadas com os pares que não tiveram interrupções nas suas metas.
• Relações interpessoais muito perturbadas dentro da família e fora dela. Brigas constantes e agressões físicas não são raras. Qualquer atrito com um chefe ou supervisor adquire uma proporção muito grande, levando o abandono do trabalho. A relação com professores é complicada e tumultuada, dificultando o prosseguimento de estudos. As relações de amizade são quase inexistentes.
• É frequente o envolvimento com bebidas alcoólicas e outras drogas, o que às vezes leva a extremos de violência e envolvimento em atividades ilegais. 
• Histórico de tentativas de suicídio e ameaças constantes em relação a esta possibilidade. Algumas são tentativas sérias e outras são apenas para manipular e controlar o meio. 
• Condutas auto-mutilantes como cortes e queimaduras. 
• Variação muito grande no humor, com frequentes ataques de fúria, que em geral, são de curta duração. 
• Condutas manipulativas - os portadores de TBP estão sempre negociando com as pessoas à sua volta, não para obter vantagens ou tirar proveito dos outros, mas para tentar uma afirmação de si próprios. Eles parecem estar sempre perguntando quem está no controle da definição desta situação, e da realidade.

Como ficam extremamente fixados nesta questão do exercício de controle, de poder e competência há uma grande perda para as relações interpessoais e a conquista de realizações pessoais e materiais.

São pessoas que tem seus familiares e pessoas próximas aterrorizadas por suas condutas agressivas, sua imprevisibilidade, suas rápidas mudanças, seus ataques de ira, suas ameaças de suicídio, de auto- mutilação e provocação de acidentes. Tudo isto se alterna com momentos onde a pessoa é afável e carinhosa. 

Tipicamente, o portador do TBP tem um discurso coerente, fala coisas com lógica e adequação, não está desorientado e quando a família relata a estranhos os problemas que estão enfrentando com a pessoa acometida, as pessoas às vezes duvidam do que ouviram relatar.
​Atendimento Infantil
Aproximadamente 12,6% dos brasileiros entre 6 e 17 anos apresentam sintomas de transtornos mentais importantes é o que a Associação Brasileira de Psiquiatria divulgou após pesquisa em parceria com o Instituto Ibope em 2008.

A maior parte das crianças e adolescentes apresenta sintomas para mais de um transtorno mental. Mais de 3 milhões (8,7%) têm sinais de hiperatividade ou desatenção; 7,8% possuem dificuldades com leitura, escrita e contas (sintomas que correspondem ao transtorno de aprendizagem), 6,7% têm sintomas de irritabilidade e comportamentos desafiadores e 6,4% apresentam dificuldade de compreensão e atraso em relação a outras crianças da mesma idade.

Sinais importantes de depressão também aparecem em aproximadamente 4,2% das crianças e adolescentes. Na área dos transtornos ansiosos, 5,9% têm ansiedade importante com a separação da figura de apego, 4,2% em situações de exposição social e 3,9% em atividades rotineiras como deveres da escola, o futuro e a saúde dos pais.

Mais de 1 milhão das crianças e adolescentes (2,8%) apresentam problemas significativos com álcool e outras drogas. Esta população parece ter enfrentado uma dificuldade ainda maior para conseguir tratamento. Na área de problemas de conduta, como mentir, brigar, furtar e desrespeitar, 3,4% das crianças apresentam problemas.

A Clínica Maia que está sempre alerta com os novos dados estatísticos em Saúde Mentalno Brasil e no Mundo repassa estes dados informativos importantes para pais e educadores.

Fonte: www.abpbrasil.org.br

TDAH - Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade é estimado para 3 a 6 % das crianças em idade escolar. 

As principais características do TDAH são falta de atenção, agitação e impulsividade. Uma porcentagem importante destas crianças apresenta dificuldades escolares, transtornos do humor e ansiedade com riscos para abuso de álcool e drogas.

Dificuldades no aprendizado, comportamentos “desastrados” e uso de drogas são os principais motivos consequentes ao TDAH que as famílias e educadores reconhecem que a criança ou adolescente precisa de assistência psiquiátrica. 

O tratamento na maioria dos casos tem um bom resultado para a qualidade de vida da criança e sua família com reconhecimento dos educadores.
​Demências
Podemos definir a demência como um declínio global e progressivo da memória, do intelecto, da crítica e da personalidade. Podemos, com mais propriedade, considerar a demência como uma síndrome de perda adquirida das funções cognitivas, de alterações no comportamento e perda de funções sociais. Graças à melhora das condições sanitárias e de cuidados com a saúde, o tempo de vida médio do ser humano vai sendo aumentado e com este aumento um maior número de indivíduos atinge a idade onde o surgimento das demências é mais provável. Na população de 40 anos a ocorrência é de apenas 0,1%, número que aumenta para 25 a 50% nos que têm acima de 85 anos.

Para termos uma ideia da extensão do problema podemos mencionar que os Estados Unidos tem atualmente 6 milhões de pessoas afetadas pelas demências e o custo de apenas uma das formas de demência, a doença de Alzheimer, é calculado em 67 bilhões de dólares anualmente.

Todos nós teremos que conviver com o problema de alguma forma e é muito importante o conhecime.

As principais causas são:

1. Corticais (com alterações na camada mais superficial do cérebro, o córtex cerebral) 
• doença de Alzheimer 
• degeneração frontotemporal, que inclui abuso de álcool/drogas 

2. Subcorticais (com alterações na camada abaixo do córtex cerebral)
• demência por múltiplos infartos
• doença de Parkinson
• paralisia supranuclear progressiva
• doença de Huntigton
• hidrocefalia de pressão normal
• demência relacionada a AIDS

3. Cortico-subcorticais (com alteração tanto no córtex quanto nas camadas abaixo dele) 
• demência vascular
• demência com corpúsculos de Lewy
• degeneração corticobasal

4. Generalizada
• doenças por príon, incluindo a doença de Creutzfeldt-Jakob (doença da vaca-louca)

5. Outras 
• tóxico-metabólicas incluindo hipotireoidismo, deficiência de vitamina B12 e drogas/metais
• infecções incluindo neuro-sifilis
• traumatismos cranianos

As desordens demenciais atingem principalmente pessoas que são idosas ou muito idosas. Entre os que têm acima de 65 anos o número fica entre 5 e 8% da população. Acima de 75 anos a proporção atinge 15-20% e acima de 85 anos vai para 25-50%.

Estudos feitos com métodos diferentes mostram uma relação consistente entre a ocorrência da demência e a faixa etária. A cada cinco anos de avanço na idade, a taxa de ocorrência é duplicada. A doença de Alzheimer é a mais comum.

O estágio inicial dura de dois a quatro anos e levanta a suspeita diagnóstica em função de confusão de nomes e lugares, dificuldade de lembrar o que se quer lembrar, dificuldade de tomar decisões, dificuldade de lidar com dinheiro e outras situações da vida cotidiana. Surge ansiedade elevada em função dos sintomas e tendência de evitar as pessoas.

O segundo estágio pode durar de dois a dez anos após a suspeita diagnóstica. Os pacientes apresentam falhas de memória mais acentuadas e maior confusão, inquietação, dificuldade de reconhecer familiares e amigos, problemas com a linguagem, com o pensamento lógico, com a percepção e alterações nos relacionamentos sociais.

O estágio final pode durar de um a três anos com dificuldade até de saber quem se é; ocorrem graves defeitos na linguagem e comunicação, há oscilações de humor com apatia e irritabilidade, agitação, dificuldade de deglutição, tônus muscular aumentado e podem ocorrer convulsões.

Nem todos os pacientes apresentam esta sequência de estágios e há uma variação muito grande na velocidade de progressão da enfermidade.

As diferenças entre uma pessoa com demência e outra com sinais de envelhecimento normal podem ser muito sutis, principalmente com a demência nos estágios iniciais. Estima-se que mesmo que pacientes com início de demência sejam levados às consultas médicas há uma falha no reconhecimento da condição variando de 20 a 70% das oportunidades de estabelecer uma suspeita diagnóstica.

É muito comum as pessoas, principalmente as mais velhas, esquecerem o nome de alguém e depois lembrar, esquecerem onde colocaram as chaves do carro e depois conseguem encontrá-las. As pessoas com demência fazem estes esquecimentos com elevada frequência e não conseguem, mesmo com esforço, recuperar as informações desejadas e, às vezes, os familiares encontram as chaves que estavam sendo procuradas na geladeira ou no açucareiro.

Com o avanço da demência vai ficando claro que os pacientes não apresentam apenas falhas na memória, mas que o julgamento, o sentido crítico da pessoa está alterado. A pessoa parece agir irresponsavelmente e sem adequação ao ambiente, não demostrando nenhuma preocupação de como suas decisões podem afetar o ambiente ou outras pessoas. Vestem várias camisas ou usam roupas sujas sem nenhum embaraço. Nesta altura fica muito claro que a pessoa não apresenta os sinais do envelhecimento normal. Algo muito diferente e grave está ocorrendo e já não é difícil suspeitar de uma demência.

Quando o médico recebe um paciente que está apresentando declínio de duas ou mais das capacidades intelectuais: memória, cálculos, linguagem, capacidade crítica, planejamento sequencial, abstração e manipulação viso-espacial, ele inicia um processo de exclusão das enfermidades que podem ter a demência como uma de suas manifestações. Uma vez feita esta eliminação o médico conclui que o paciente apresenta demência e nada mais. As manifestações clínicas orientam o diagnóstico de qual pode ser o quadro demencial.

Não há exames específicos e testes que ajudem nesta tarefa. Tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética podem contribuir, bem como exames de laboratório. Muitas vezes o diagnóstico só pode ser comprovado após a morte do paciente com a realização de exames microscópicos do cérebro.
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